3 de junho de 2012

Readaptando

Tanto tempo longe de casa que nosso retorno beirou uma nova mudança.

Assim que estacionamos na nossa garagem, depois dos 680km de estrada, ficamos de olhos grudados na Cora para ver qual seria sua reação - será que ela se lembraria de casa? será que não? será que reconheceria seu quarto? será que se sentiria em casa? como Cora vai reagir?

Cora saiu do carro e foi logo abrindo um sorriso: "nossa casinha, mamãe?". Percebemos que ela não reconheceu o lugar, mas sentiu-se absolutamente familiarizada e à vontade - pulava e corria de um quintal pro outro da casa. Já Celeste, estava cansadinha da estrada e estranhando o calorão, mesmo assim, sempre com aquela carinha de tranquilidade total que ela tem.

Socorro nos recebeu cheia de ternura e uma casa limpissíssima. Almoçamos e logo em seguida fomos pra nossa cachoeira de estimação - a cachoeira do Cavalo Queimado. Ver Cora não se cabendo em alegria, ora na areia, ora na água, foi um deleite inenarrável para mim. Como contemplei sua diversão...

Celeste conheceu, pela primeira vez, uma cachoeira. Ainda não em clima de banho, mas de uma boa pitotada e soneca sob a trilha sonora das águas correntes.

Sentada na areia, de costas pro sol, com Celeste adormecida em meus braços, namorando o brincar de Cora e Papai na água, pensei: que bom estar aqui!

E os dias se seguiram, uns mais intensos no reconhecimento do lugar, outros mais difíceis, na adaptação ao lugar. Por sorte, os primeiros dias aqui foram um tanto quanto fresquinhos. Mas logo em seguida vieram aqueles dias que a gente não sabe se sente vontade de ser brisa ou um picolé.

Volta e meia Cora pedia pra ir pra casa. Eu dizia: nós estamos em casa, filha. Essa é a casinha da Cora. E ela respondia: qué casa da vovó... e pediu pra falar ao telefone com a Vovó várias vezes. As crises de ciúmes tiveram retrocesso, creio que pela insegurança e ela fez xixi nas calças por uns três dias consecutivos, coisa que ela não fazia há meses.

Ao passo que os banhos de rio, os barulhos e luzes do amanhecer e entardecer, as crianças da rua, o quartinho azul, o contato com a terra, os bichinhos que vêm nos visitar, entre outras pequenas coisinhas, eram motivos de muita alegria.

Para Celeste, foram mais difíceis os primeiríssimos dias. Principalmente, em função da mudança de clima, de rotina, e da falta de certa pessoas, claro... chegou a estranhar aquele que se aproximava demais. Mas acho que quanto mais novinha a pessoa, mais fácil de se adaptar às mudanças. Loguinho a Sonequita estava se sentindo em casa, sem estranhamentos...

Para o Casal, tudo novidade. Afinal, era a primeira vez na vida em nossa casa, em nossa rotina, que estávamos nos braços de Celeste - e de Cora com 2 anos. Seguimos nos ajustando a cada dia... parece estar tudo se encaminhando bem!